O prefeito de Rio Largo (24 km de Maceió), Antônio Lins de Souza Filho
(PSB), se entregou à Justiça na tarde de terça-feira (22), após a
Justiça de Alagoas decretar sua prisão.
Lins é acusado pelo Ministério Público do Estado de fraudar a venda de
um terreno a uma empresa. Todos os dez vereadores de Rio Largo também
tiveram prisão decretada, por terem aprovado a transação na Câmara. Sete
foram presos na última quinta (17).
O advogado do prefeito, José Fragoso, afirmou que ele se apresentou na
sede do Tribunal de Justiça, em Maceió, por volta das 16 horas, e que
deve passar a noite na Academia de Polícia Militar.
O defensor disse que, até quinta-feira (24), entrará com pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça.
LICENÇA
Marcelo Brabo, advogado do prefeito na esfera eleitoral, afirmou que Lins vai continuar no cargo.
Segundo ele, a Lei Orgânica do Município permite ao prefeito se ausentar
por até 15 dias. "Se passar desse prazo, vamos estudar o que fazer,
tirar uma licença."
No caso dos vereadores, Brabo disse que a legislação municipal
possibilita que eles tirem licença por até 120 dias, sem precisar
acionar seus suplentes. Nesse período, a Câmara não terá sessões, a
menos que a Justiça ordene que os suplentes tomem posse.
Segundo Brabo, dos sete vereadores presos na última semana, seis
continuam na prisão. Um deles foi solto por ter colaborado com a
Justiça, de acordo com a Promotoria.
Outros três vereadores da cidade continuam foragidos.
ENTENDA O CASO
A Prefeitura de Rio Largo desapropriou em 2010 uma área de 252 hectares
da empresa S/A Leão Irmão Açúcar e Álcool, por R$ 700 mil.
Em seguida, solicitou à Câmara aprovação para vender o terreno a
"empresas que estivessem dispostas a realizar programas e ações
habitacionais de interesse social".
Segundo o Ministério Público, porém, a área foi vendida sem licitação à
MSL Empreendimentos Imobiliários pelo mesmo valor da desapropriação (R$
700 mil) --quando, na verdade, valia cerca de R$ 22 milhões-- e foi
loteada para a construção de condomínios.
O procurador-geral de Justiça de Alagoas, Eduardo Tavares, afirma que
houve um acerto entre o prefeito, os vereadores, os antigos donos do
terreno --que concordaram com o valor baixo da desapropriação-- e a
empresa que comprou a área. "Cada um levaria uma parte."
O prefeito Toninho Lins é acusado de apropriação de bens e renda pública
em proveito próprio, venda de bem público em desacordo com a lei,
falsidade ideológica, dispensa ilegal de licitação e formação de
quadrilha.
Fonte: Folha de São Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário