A Polícia Federal informou nesta quarta-feira (11) que 282 pessoas
foram indiciadas e 62 servidores foram afastados ou impedidos de tomar
posse por causa das fraudes nos concursos da Polícia Federal, da Receita
Federal, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Agência
Brasileira de Inteligência (Abin). A Operação Tormenta investigava,
desde 2010, uma quadrilha que fraudava concursos públicos e também
exames da Ordem Nacional dos Advogados (OAB). Nesse último caso, 152
candidatos tiveram acesso antecipado às respostas do exame e 1.076
"colaram" a prova. Segundo o delegado da PF, Victor Hugo Rodrigues
Alves, todos os servidores nomeados e os que aguardavam nomeação foram
indentificados e já foram afastados ou estão em processo de
desligamento.
Alves informou que os candidatos chegavam a pagar para a quadrilha US$
150 mil (cerca de R$ 300 mil) pelo gabarito das provas. Para o exame da
Ordem Nacional dos Advogados (OAB), o valor foi de R$ 50 mil, para a
prova de agente da Polícia Federal de 2009, o valor foi de R$ 100 mil. Já o montante de US$ 150 mil seria
pago para a prova de auditor-fiscal da Receita Federal de 2009. Os
policiais rodoviários federais desviavam as provas durante o transporte e
cobravam o dobro do valor para vender os documentos para a quadrilha,
que elaborava os gabaritos e os revendia para os candidatos.
"A atuação da quadrilha foi descoberta com o desvio da prova do
concurso para agente da Polícia Federal de 2009, mas a partir das
investigações encontramos fraudes em concursos anteriores. Não há
indícios de envolvimento de funcionários do Cespe/UnB [organizadora do
concurso]", afirmou Alves, durante coletiva de imprensa realizada nesta
quarta.
"Infelizmente existiam pessoas na Polícia Rodoviária Federal de má
índole. A fraude aconteceu por causa de pessoas e não por causa das
instituições", ressaltou Roger Escalante, diretor de inteligência do
Cespe/UnB. De acordo com Escalante, a organizadora passou a utilizar
lacres de aço no lugar de plástico e não conta com parcerias de outras
instituições para a guarda dos malotes das provas
.
O Cespe UnB
informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que essas mudanças
ocorreram a partir de março de 2010, quando foi deflagrada a Operação
Tormenta. Devido às denúncias de fraudes reveladas pela Polícia Federal
naquela ocasião, a instituição decidiu aumentar a segurança e passou a
colocar os funcionários do próprio Cespe/UnB para fazer o acautelamento
das provas.
Com informações do G1
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