Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad) realizado por
pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) aponta que
1,5 milhão de adolescentes e adultos consomem maconha diariamente no
País.
Ainda de acordo com o estudo, divulgado nesta quarta-feira (1º), 7%
da população adulta - 8 milhões de pessoas com idade entre 18 e 59 anos -
já experimentou maconha alguma vez. Só no último ano, 3 milhões de
adultos fumaram maconha.
Entre os adolescentes, 600 mil - 4% da população - usaram
maconha uma vez na vida. No último ano, 470 mil (3%) consumiram a
droga.
Os pesquisadores indicam que 60% dos usuários consumiram a
droga pela primeira vez antes dos 18 anos, um em cada dez homens adultos
experimentou a droga uma vez na vida, mais de 1% da população masculina
é dependente, quase 40% dos adultos usuários são dependentes e 1 em
cada dez adolescentes que usam maconha é viciado.
Sobre a legalização da maconha no Brasil, 75% dos
entrevistados se disseram contrários à proposta. Outros 11% apoiam, 9%
não souberam responder e 5% não responderam.
Foram entrevistadas 4.607 pessoas em 149 municípios, com
idade a partir de 14 anos. A amostragem, de acordo com os coordenadores
do estudo, é representativa. Diferentemente da primeira pesquisa, feita
em 2006, os entrevistados no atual levantamento responderam a um
questionário sigiloso sobre consumo de drogas.
Para o coordenador da pesquisa, o psiquiatra Ronaldo
Laranjeira, um dado preocupante é a proporção entre usuários adultos e
adolescentes. Em 2006, existia um adolescente para cada adulto que usa
maconha. Em 2012, a proporção aumentou para 1,4 adolescente por adulto.
Em 62% dos casos, os usuários experimentaram a droga pela primeira vez
antes dos 18 anos.
“Se as leis ficarem mais frouxas em relação ao uso da
maconha, o maior prejudicado vai ser o adolescente. Qual vai ser o
impacto em relação à saúde mental desses adolescentes? É isso que os
dados nos alertam. A pessoa que já é usuária não vai mudar o padrão de
consumo. Quem pode mudar o padrão de consumo, de acordo com a nossa
atitude legislativa, é o adolescente”, avalia.
Com informações da Agência Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário