Atenção sr. prefeitos atentem para esta pesquisa!
Um estudo exclusivo de pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo mostra que o investimento em ensino primário determina a riqueza de uma cidade 100 anos depois.
Indaiatuba, uma cidade rica no interior de São Paulo. A 272
quilômetros, fica Natividade da Serra, quase metade dos moradores é
pobre. Muitos, semi-analfabetos. Dois extremos no mesmo estado. Um
estudo inédito da faculdade de economia da USP concluiu que o nível de
riqueza das cidades paulistas foi determinado pelo investimento feito em
educação primária há 100 anos.
Em 1905, Indaiatuba gastou quase 18% do orçamento em educação primária.
Muito acima da média do estado. Já em Natividade da Serra entre 2% e 3%
do orçamento foram para o ensino até a quarta série. Na época, a
maioria da população de Natividade morava na roça. O professor de
inglês, Vicente Carvalho, teve 18 irmãos. Só ele estudou. “Morava no
sítio e ia até a cidade 16 km a pé por dia.
Antes de ser inundada pelas águas do rio Paraíbuna, Natividade da Serra
era parte da primeira região que produzia o café em São Paulo. As
fazendas ficavam nas mãos de poucas famílias e aí está uma das
conclusões dos pesquisadores. Concentração de terras quase sempre gerou
pouco investimento em educação pública. Os fazendeiros mandavam os
filhos estudar em colégios internos ou contratavam professores
particulares.
Por outro lado, os municípios que receberam um grande número de
imigrantes europeus foram - na maioria dos casos - os que mais
investiram em ensino fundamental no século passado. Em Indaiatuba,
região de Campinas, os suíços chegaram em 1888 e antes mesmo de
construírem as casas onde iriam morar ou a igreja, eles fizeram uma
escola primária.
Na casa do professor de filosofia aposentado, José Luiz Sigist, a
educação era uma prioridade. “Meu pai e minha mãe disseram: ‘agora você
vai fazer o que você quiser, desde que seja estudar’”, conta.
A lição dos últimos cem anos, em São Paulo, pode servir para o futuro
do país. “A educação primária fornece os instrumentos básicos para
inserção dos indivíduos na sociedade. Tanto da sua atividade material,
do seu trabalho no dia a dia, quanto em termos de participação social e
política os investimentos realizados hoje, certamente ou provavelmente
continuarão dando frutos resultados nas décadas seguintes”, declara o
pesquisador da USP, Renato Colistete.
fonte: Jornal O Globo
fonte: Jornal O Globo
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