País está em situação epidêmica, de acordo com a OMS, que limita em 10 o número de assassinatos por 100 mil habitantes; taxa do Brasil é de 26,2%
Nos últimos 30 anos, a taxa de homicídios no País cresceu 124%. Entre 1980 e 2010, mais de um milhão de pessoas foram assassinadas. "É como se tivéssemos matado, em 30 anos, uma cidade inteira com uma bomba atômica", afirmou Julio Jacobo Waiselfisz, autor do Mapa da Violência 2012, durante o lançamento do estudo, nesta quarta-feira. Enquanto na década de 80 foram registrados 11,7 homicídios por 100 mil habitantes, em 2010 o índice chegou a 26,2 – um aumento médio de 2,7% ao ano.
Segundo o Mapa, realizado pelo Instituto Sangari, até 2003 as taxas de homicídio cresciam, em média, 4,4% ao ano. Já entre 2003 e 2010 houve uma diminuição dos casos, de 1,4% ao ano.
A pesquisa, que considera as informações do Subsistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, das certidões de óbito e dos boletins de ocorrência, atribui a diminuição à elaboração de políticas de desarmamento, planos e disponibilização de recursos para a área de segurança e afirma que houve uma disseminação da violência pelo Brasil. Na última década, a taxa de homicídios se manteve estável entre 25,2 e 28,9.
"Nossa preocupação não tem que ser exclusivamente com a criminalidade. Temos aqui uma cultura da violência, de não levar desaforo para casa. A arma incentiva a mortalidade porque foi criada para matar, por isso o desarmamento ajuda na diminuição dessas taxas", explica Waiselfisz.
Mesmo assim, todo o Brasil está em situação epidêmica de homicídios, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A organização considera como epidêmica região com taxa a partir de 10 homicídios por 100 mil habitantes. Até mesmo Santa Catarina, Estado com a menor taxa de homicídios - 12,9 - encontra-se em situação epidêmica.
Para o autor do estudo, se nada mudar na próxima década, a tendência é que a maioria dos Estados continue nessa situação. "Um Estado isolado, como São Paulo ou Rio de Janeiro, pode até apresentar queda nas taxas de homicídios, mas a custo de transferir a criminalidade para outros Estados."
Até o ano 2000, Bahia, Rio Grande do Norte, Piauí, Santa Catarina e Maranhão ainda estavam com a taxa de assassinatos abaixo da considerada situação epidêmica.
Músico assassinado ontem, dentro de coletivo em Fortaleza. O latrocínio foi presenciado pela esposa e o filho da vítima.
( foto Diário do Nordeste)
Fonte: SIM/SVS/MS
Idade e gênero
O Mapa da Violência 2012 mostra que em 2000 o assassinato de jovens entre 15 e 24 anos foi 150,2% maior do que o assassinato de pessoas entre outras faixas etárias. Em 2010, essa porcentagem foi ainda maior, de 156%. "Mais de três milhões de jovens não estudam e nem trabalham. É um exército disponível para o crime", explica Waiselfisz.
Em todos os anos da última década as taxas de homicídios entre os jovens são mais do que o dobro das taxas de homicídios de pessoas de outras idades. No Amapá, Alagoas, Bahia, Espírito Santo e Distrito Federal os assassinatos de jovens foi três vezes maior.
Além disso, a pesquisa reforça a tendência já apontada em outros anos de que os assassinatos atingem mais os homens do que as mulheres. Em 2010, dos 49.932 homicídios registrados, 45.617 (91,4%) foram de homens e 4.273 (8,6%) foram de mulheres.
Mortes em conflitos internacionais
Internacionalmente, a média anual de mortes por homicídios no País é maior do que o número de mortos em enfrentamentos armados pelo mundo. Em 24 anos de Guerra Civil na Guatemala, mais de 16 mil pessoas morreram, enquanto em 30 anos de homicídios no Brasil, mais de 36 mil pessoas morreram.
Entre 2004 e 2007, nos 12 maiores conflitos de outros países, 169.574 pessoas morreram. No Brasil, onde não houve movimentos emancipatórios, enfrentamentos religiosos ou guerras civis nesse período, 192.804 pessoas morreram.
Fonte: IG
Aonde vamos parar com isso. Acredito que está faltando AMOR da população por DEUS, por que se amassemos a DEUS amariamos o nosso semelhante.....
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