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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Perímetro ainda no abandono.( Icó - Lima -Campos)

O desperdício de dinheiro público no Brasil é vergonhoso, um projeto deste, feito para beneficiar as pessoas no semi-árido nordestino encontra-se assim, abandonado, destruído e sem previsão de funcionamento.

Perímetro ainda no abandono


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Há mais de 10 anos não corre água nos canais de irrigação. Produtores amargam prejuízos, pois dependem das chuvas para plantar. Também estão endividados nos bancos
HONÓRIO BARBOSA
Projetado para agricultura irrigada, o Perímetro Icó-Lima Campos não tem água para produção

Icó. Dois terços do Perímetro de Irrigação Icó-Lima Campos do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs) estão abandonados por falta de água nos canais. O sistema de bombeamento está danificado há 12 anos. O problema já foi abordado em reportagens anteriores neste jornal. Sem condições de trabalho, muitos agricultores desistiram da lavoura. A novidade é que está marcada para hoje uma reunião com diretores do Dnocs, para apresentação e discussão do projeto de transposição de águas, por gravidade, do Açude Lima Campos para parte do perímetro.

Os produtores rurais aguardam com expectativa a implantação do projeto de transposição, que elimina a necessidade de bombeamento, reduzindo custos de energia elétrica. O Dnocs pretende começar a obra em 2012, após aporte de recurso no orçamento anual do órgão. Entretanto, os agricultores e lideranças do setor agrícola mantêm descrença sobre a recuperação dos canais e as obras de transferência de água.

"Vamos fazer uma promessa para que isso aconteça", disse o secretário de Agricultura do Município, Mailton Bezerra. "A reivindicação para a melhoria do perímetro é antiga, estamos cansados e os agricultores massacrados". Para Bezerra, o Dnocs abandou mesmo o projeto. "Ficaram de liberar recursos e nós estamos sempre cobrando, mas até agora nada de concreto ocorreu", frisou.

O deputado estadual, Neto Nunes, integrante da Comissão de Agropecuária da Assembleia Legislativa do Ceará, foi taxativo: "O perímetro é o pulmão de desenvolvimento de Icó, mas está em declínio e tornou-se um caos, um problema sério, afetando a agricultura familiar e a economia local. Já fizemos dezenas de reuniões e as coisas não saem do papel, mas vamos dar mais um voto de confiança e esperar", disse ele.

O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Icó, Alexandro Oliveira, lamentou que o canal só acumula lixo e lama há mais de uma década. "O canal só tem lixo e água de esgoto. A água não chega aos trabalhadores que estão todos endividados nos bancos", observou. A inadimplência no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) impede novos financiamentos e contribui para o recrudescimento da crise no campo.

Ocupação

O abandono do perímetro e a falta de fiscalização por parte do Dnocs resultaram na ocupação de lotes por empresários. Muitos colonos (beneficiários originais dos lotes) "venderam" a terra para particulares, que não faziam parte do projeto de assentamento. O Dnocs reconhece o problema da ocupação irregular e disse que haverá, em breve, uma regularização fundiária para depois ocorrer a recuperação da infraestrutura dos canais e dos lotes.

O coordenador estadual do Dnocs, Eduardo Segundo, disse que há um esforço junto ao Ministério da Integração para que ocorra alocação de recursos no orçamento de 2012 para o início do projeto de transposição de águas por gravidade, a partir do Rio Salgado, que está orçado em torno de R$ 11 milhões. "Estamos preocupados com a situação do perímetro em Icó e a diretoria regional é receptiva a essa reivindicação", explicou. "Já tivemos vários contatos em Brasília mostrando a importância dessa obra, que será a redenção do perímetro".

Implantado a partir da década de 1970, como projeto de produção agropecuária em Icó, no semiárido cearense, o perímetro atualmente não cumpre o seu papel. Os colonos mais antigos estão cansados e os filhos não encontram incentivos para continuarem a luta diária no campo. Muitas famílias sobrevivem de rendimentos de aposentadoria rural e há milhares de lotes ociosos.

A área que fica acima do Rio Salgado é beneficiada com o Açude Lima Campos que chega às unidades produtivas por gravidade. Entretanto, a maior parte fica após o rio e necessita de bombeamento. Sem água, a produção fica restrita ao sistema de sequeiro, que depende da água da chuva, isto é, a prática da agricultura sem irrigação, o contrário do projeto.

Transposição
11 milhões de reais é o valor estimado para a construção da obra de transposição por gravidade sob o Rio Salgado para o Perímetro de Icó. Projeto é do Dnocs, mas produtores desacreditam.
Fonte: Diario do Nordeste.

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