O desperdício de dinheiro público no Brasil é vergonhoso, um projeto deste, feito para beneficiar as pessoas no semi-árido nordestino encontra-se assim, abandonado, destruído e sem previsão de funcionamento.
Perímetro ainda no abandono
Projetado para agricultura irrigada, o Perímetro Icó-Lima Campos não tem água para produção
Icó. Dois terços do Perímetro de Irrigação Icó-Lima Campos do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs) estão abandonados por falta de água nos canais. O sistema de bombeamento está danificado há 12 anos. O problema já foi abordado em reportagens anteriores neste jornal. Sem condições de trabalho, muitos agricultores desistiram da lavoura. A novidade é que está marcada para hoje uma reunião com diretores do Dnocs, para apresentação e discussão do projeto de transposição de águas, por gravidade, do Açude Lima Campos para parte do perímetro.
Os produtores rurais aguardam com expectativa a implantação do projeto de transposição, que elimina a necessidade de bombeamento, reduzindo custos de energia elétrica. O Dnocs pretende começar a obra em 2012, após aporte de recurso no orçamento anual do órgão. Entretanto, os agricultores e lideranças do setor agrícola mantêm descrença sobre a recuperação dos canais e as obras de transferência de água.
"Vamos fazer uma promessa para que isso aconteça", disse o secretário de Agricultura do Município, Mailton Bezerra. "A reivindicação para a melhoria do perímetro é antiga, estamos cansados e os agricultores massacrados". Para Bezerra, o Dnocs abandou mesmo o projeto. "Ficaram de liberar recursos e nós estamos sempre cobrando, mas até agora nada de concreto ocorreu", frisou.
O deputado estadual, Neto Nunes, integrante da Comissão de Agropecuária da Assembleia Legislativa do Ceará, foi taxativo: "O perímetro é o pulmão de desenvolvimento de Icó, mas está em declínio e tornou-se um caos, um problema sério, afetando a agricultura familiar e a economia local. Já fizemos dezenas de reuniões e as coisas não saem do papel, mas vamos dar mais um voto de confiança e esperar", disse ele.
O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Icó, Alexandro Oliveira, lamentou que o canal só acumula lixo e lama há mais de uma década. "O canal só tem lixo e água de esgoto. A água não chega aos trabalhadores que estão todos endividados nos bancos", observou. A inadimplência no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) impede novos financiamentos e contribui para o recrudescimento da crise no campo.
Ocupação
O abandono do perímetro e a falta de fiscalização por parte do Dnocs resultaram na ocupação de lotes por empresários. Muitos colonos (beneficiários originais dos lotes) "venderam" a terra para particulares, que não faziam parte do projeto de assentamento. O Dnocs reconhece o problema da ocupação irregular e disse que haverá, em breve, uma regularização fundiária para depois ocorrer a recuperação da infraestrutura dos canais e dos lotes.
O coordenador estadual do Dnocs, Eduardo Segundo, disse que há um esforço junto ao Ministério da Integração para que ocorra alocação de recursos no orçamento de 2012 para o início do projeto de transposição de águas por gravidade, a partir do Rio Salgado, que está orçado em torno de R$ 11 milhões. "Estamos preocupados com a situação do perímetro em Icó e a diretoria regional é receptiva a essa reivindicação", explicou. "Já tivemos vários contatos em Brasília mostrando a importância dessa obra, que será a redenção do perímetro".
Icó. Dois terços do Perímetro de Irrigação Icó-Lima Campos do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs) estão abandonados por falta de água nos canais. O sistema de bombeamento está danificado há 12 anos. O problema já foi abordado em reportagens anteriores neste jornal. Sem condições de trabalho, muitos agricultores desistiram da lavoura. A novidade é que está marcada para hoje uma reunião com diretores do Dnocs, para apresentação e discussão do projeto de transposição de águas, por gravidade, do Açude Lima Campos para parte do perímetro.
Os produtores rurais aguardam com expectativa a implantação do projeto de transposição, que elimina a necessidade de bombeamento, reduzindo custos de energia elétrica. O Dnocs pretende começar a obra em 2012, após aporte de recurso no orçamento anual do órgão. Entretanto, os agricultores e lideranças do setor agrícola mantêm descrença sobre a recuperação dos canais e as obras de transferência de água.
"Vamos fazer uma promessa para que isso aconteça", disse o secretário de Agricultura do Município, Mailton Bezerra. "A reivindicação para a melhoria do perímetro é antiga, estamos cansados e os agricultores massacrados". Para Bezerra, o Dnocs abandou mesmo o projeto. "Ficaram de liberar recursos e nós estamos sempre cobrando, mas até agora nada de concreto ocorreu", frisou.
O deputado estadual, Neto Nunes, integrante da Comissão de Agropecuária da Assembleia Legislativa do Ceará, foi taxativo: "O perímetro é o pulmão de desenvolvimento de Icó, mas está em declínio e tornou-se um caos, um problema sério, afetando a agricultura familiar e a economia local. Já fizemos dezenas de reuniões e as coisas não saem do papel, mas vamos dar mais um voto de confiança e esperar", disse ele.
O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Icó, Alexandro Oliveira, lamentou que o canal só acumula lixo e lama há mais de uma década. "O canal só tem lixo e água de esgoto. A água não chega aos trabalhadores que estão todos endividados nos bancos", observou. A inadimplência no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) impede novos financiamentos e contribui para o recrudescimento da crise no campo.
Ocupação
O abandono do perímetro e a falta de fiscalização por parte do Dnocs resultaram na ocupação de lotes por empresários. Muitos colonos (beneficiários originais dos lotes) "venderam" a terra para particulares, que não faziam parte do projeto de assentamento. O Dnocs reconhece o problema da ocupação irregular e disse que haverá, em breve, uma regularização fundiária para depois ocorrer a recuperação da infraestrutura dos canais e dos lotes.
O coordenador estadual do Dnocs, Eduardo Segundo, disse que há um esforço junto ao Ministério da Integração para que ocorra alocação de recursos no orçamento de 2012 para o início do projeto de transposição de águas por gravidade, a partir do Rio Salgado, que está orçado em torno de R$ 11 milhões. "Estamos preocupados com a situação do perímetro em Icó e a diretoria regional é receptiva a essa reivindicação", explicou. "Já tivemos vários contatos em Brasília mostrando a importância dessa obra, que será a redenção do perímetro".
Implantado a partir da década de 1970, como projeto de produção agropecuária em Icó, no semiárido cearense, o perímetro atualmente não cumpre o seu papel. Os colonos mais antigos estão cansados e os filhos não encontram incentivos para continuarem a luta diária no campo. Muitas famílias sobrevivem de rendimentos de aposentadoria rural e há milhares de lotes ociosos.
A área que fica acima do Rio Salgado é beneficiada com o Açude Lima Campos que chega às unidades produtivas por gravidade. Entretanto, a maior parte fica após o rio e necessita de bombeamento. Sem água, a produção fica restrita ao sistema de sequeiro, que depende da água da chuva, isto é, a prática da agricultura sem irrigação, o contrário do projeto.
Transposição
11 milhões de reais é o valor estimado para a construção da obra de transposição por gravidade sob o Rio Salgado para o Perímetro de Icó. Projeto é do Dnocs, mas produtores desacreditam.
Fonte: Diario do Nordeste.
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